Domingo, Juha Kankkunen acaba a superespecial do Rali do Algarve, estaciona o velhinho Ford Escort Mk2 e depois encosta-se à vedação, a falar com um casal de finlandeses que o venera. O quatro vezes campeão do mundo (1986, 1987, 1991 e 1993) acaba de ganhar o Revival, a competição para clássicos que a prova portuguesa acolheu este ano, navegado por Nicky Grist, antigo co-piloto do falecido Colin McRae. É muita história junta, o suficiente para não gostar do que vê hoje. Agora, como assessor do presidente da FIA, Jean Todt, a recuperação do Mundial de ralis também passa por ele.
Conte lá como foi esse Revival do Rali de Portugal?
Foi muito interessante, engraçado, embora tenha sido um rali duro e complicado para estes carros velhotes. Mas é sempre bom voltar a guiar.
Aos 51 anos ainda está em forma?
Claro! Sinto-me bem, sim, , continuo a fazer o meu exercício e alguns ralis, também me ocupo com a minha escola de pilotos na Finlândia, por isso tenho muito que fazer.
Por falar em escola, o que está acontecer aos pilotos finlandeses? Os franceses ganham tudo!
Boa pergunta! Estou preocupado... quer dizer, os ralis não têm de ser um mundo apenas para finlandeses mas agora a Citroën está a dominar como nunca com Loeb e Ogier. O carro é muito bom.
Loeb roubou-lhe o recorde de vitória em Mundiais...
Pois, hoje não há quem o consiga bater. Não digo que ele é o melhor de sempre, mas é o melhor do seu tempo, não se pode comparar um rali de hoje com o de antigamente, com tanta gente boa a competir. Se pusesse o Loeb contra o [Didier] Auriol ou contra o Röhrl, a história seria diferente. Cada um foi bom no seu tempo... Tudo bem, ele é simpático, boa pessoa, mas as diferenças não são comparáveis. Já viu? Ponha este carro [olha para o seu Escort Mk2, uma bomba de finais dos anos 70...] ao lado de um [Citroën] C4 WRC ou de um Ford [Focus] WRC de hoje...
Hoje é mais fácil guiar?
Muito mais, é diferente. É questão de manter uma linha, porque o carro ajuda muito. É aborrecido, o carro desliza menos, com esta tecnologia é mais uma questão de manter uma trajectória. Estou a falar porque já experimentei, é aborrecido porque têm suspensões fantásticas, está tudo controlado... E a eficácia devia estar mais dependente do piloto do que do carro, assim os ralis estão a ficar parecidos com a PlayStation.
E como está a ajudar o seu amigo Jean Todt a recuperar o interesse e o espírito dos ralis?
Sou uma espécie de consultor, discutimos o problema quase todas as semanas. Vai ser um grande trabalho. Não se pode mudar tudo de uma vez, temos de ir passo a passo, não há um toque de magia que nos ajude.
Se puséssemos Kankkunen contra Loeb, lado a lado, numa superespecial como a do Algarve, quem ganharia?
[Começa a rir] Provavelmente o Loeb, porque ele conhece o carro muito melhor!
Então e se fosse neste Ford Escort que está ao seu lado?
Ah, isso já não sei,... talvez ele nunca sequer tenha guiado um carro destes, não sabe o que é! [acaba à gargalhada]
Conte lá como foi esse Revival do Rali de Portugal?
Foi muito interessante, engraçado, embora tenha sido um rali duro e complicado para estes carros velhotes. Mas é sempre bom voltar a guiar.
Aos 51 anos ainda está em forma?
Claro! Sinto-me bem, sim, , continuo a fazer o meu exercício e alguns ralis, também me ocupo com a minha escola de pilotos na Finlândia, por isso tenho muito que fazer.
Por falar em escola, o que está acontecer aos pilotos finlandeses? Os franceses ganham tudo!
Boa pergunta! Estou preocupado... quer dizer, os ralis não têm de ser um mundo apenas para finlandeses mas agora a Citroën está a dominar como nunca com Loeb e Ogier. O carro é muito bom.
Loeb roubou-lhe o recorde de vitória em Mundiais...
Pois, hoje não há quem o consiga bater. Não digo que ele é o melhor de sempre, mas é o melhor do seu tempo, não se pode comparar um rali de hoje com o de antigamente, com tanta gente boa a competir. Se pusesse o Loeb contra o [Didier] Auriol ou contra o Röhrl, a história seria diferente. Cada um foi bom no seu tempo... Tudo bem, ele é simpático, boa pessoa, mas as diferenças não são comparáveis. Já viu? Ponha este carro [olha para o seu Escort Mk2, uma bomba de finais dos anos 70...] ao lado de um [Citroën] C4 WRC ou de um Ford [Focus] WRC de hoje...
Hoje é mais fácil guiar?
Muito mais, é diferente. É questão de manter uma linha, porque o carro ajuda muito. É aborrecido, o carro desliza menos, com esta tecnologia é mais uma questão de manter uma trajectória. Estou a falar porque já experimentei, é aborrecido porque têm suspensões fantásticas, está tudo controlado... E a eficácia devia estar mais dependente do piloto do que do carro, assim os ralis estão a ficar parecidos com a PlayStation.
E como está a ajudar o seu amigo Jean Todt a recuperar o interesse e o espírito dos ralis?
Sou uma espécie de consultor, discutimos o problema quase todas as semanas. Vai ser um grande trabalho. Não se pode mudar tudo de uma vez, temos de ir passo a passo, não há um toque de magia que nos ajude.
Se puséssemos Kankkunen contra Loeb, lado a lado, numa superespecial como a do Algarve, quem ganharia?
[Começa a rir] Provavelmente o Loeb, porque ele conhece o carro muito melhor!
Então e se fosse neste Ford Escort que está ao seu lado?
Ah, isso já não sei,... talvez ele nunca sequer tenha guiado um carro destes, não sabe o que é! [acaba à gargalhada]
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