7 de junho de 2011

ESPECIAL NASCAR: O impacto de Kimi Raikkonen

Artigo retirado do site Tazio

Ele foi bem e mexeu com o público, mas futuro de Kimi nos EUA é incerto


“Ele tem problema com bebida, né?” A pergunta era comum sempre que um norte-americano queria informações com alguém mais familiarizado com o estilo de vida de Kimi Raikkonen. Em um meio que se orgulha de seu jeito simples e pacato do Sul dos Estados Unidos, um bon vivant que gosta de aprontar depois de umas doses a mais é visto com desconfiança. Mas, no geral, a primeira impressão do finlandês foi positiva. Sobretudo na pista.

Kimi estreou no automobilismo norte-americano com um Toyota da Truck Series, a terceira divisão da Nascar, nas 200 Milhas de Charlotte. Os primeiros treinos não foram dos melhores, mas o desempenho na prova foi consistente e o piloto ficou com a 15ª posição. Mas simplesmente chegar ao final já foi positivo. “Esperávamos que ele não completasse a prova, que fosse bater antes do final”, reconhece um membro da Toyota.

Uma boa notícia, afinal. Havia um temor que um resultado muito ruim afastasse o ex-campeão da Fórmula 1 dos Estados Unidos. E a presença dele é considerada importante para a internacionalização da categoria pelo mundo, ainda mais quando a audiência doméstica sofreu abalos com a mais recente crise econômica. A transmissão da corrida mostrava Kimi constantemente, como se ele fosse um candidato à vitória (só esteve entre os cinco primeiros uma vez, quando ficou na pista durante a primeira rodada de pit stops e ganhou várias posições).

Entre amigos, Kimi disse ter gostado da experiência. “Ele falou que estava com saudades de dividir a pista com outros carros”, conta Nelsinho Piquet, que conversou com o finlandês após a prova. “Ele só reclamou que, quando começava a pegar o ritmo e o carro ganhava velocidade, a prova parava por alguma bandeira amarela.”

Esse não é o único aspecto que exige adaptação. O finlandês não deu entrevistas exclusivas – o acesso de jornalistas a pilotos é grande na Nascar – e ficou distante do público. Mas não cometeu gafes como Juan Pablo Montoya, que virou piada entre as equipes por exigir que um mecânico colocasse suas luvas após entrar no carro.

Relembre os principais trechos da única entrevista coletiva que Raikkonen concedeu em sua prova de estreia, logo após ficar em 30º no primeiro treino livre:

O que o atraiu na Nascar?
Kimi Raikkonen: Acho que há muitas razões. Desde que saí da Fórmula 1, fiquei interessado em outras categorias. Eu quero experimentar coisas diferentes e já haviam me convidado para vir para cá. Foi legal vir aqui, ver como é e tentar ir bem. Pensando bem, acho que essa é a única razão para eu vir. Eu estava curioso para ver como é a sensação de correr na Nascar.

Até onde você espera chegar?
KR: Realmente não sei. Não tenho plano algum para o próximo ano ou para nada do que eu faço. Eu cheguei aqui sem nenhuma expectativa prévia. Só queria ver como é. É mais ou menos como quando eu fui ao rali. Claro, é um esporte diferente, um tipo de corrida diferente do que temos na Europa. É muito popular nos Estados Unidos e talvez pareça fácil de pilotar, mas não é tão fácil ser rápido. Vou passo a passo.

Qual o maior desafio que você sentiu pilotando na Truck Series?
KR: Ir da Fórmula 1 para o rali foi muito diferente, mas acho que ir do rali para a Nascar não foi tão difícil assim. Claro, ainda estou aprendendo, ainda há muitas coisas para conhecer do carro. Além disso, os circuitos aqui não são tão semelhantes entre si como pode parecer. Preciso conhecer os melhores pontos de cada pista e os melhores traçados a fazer.

Você retornará à Fórmula 1?
KR: Parei por muitas razões. Não sei se isso vai continuar para sempre. Agora mesmo eu não tenho sentido falta da Fórmula 1. Eu quero experimentar outras coisas e tive a oportunidade perfeita para ir ao rali. Agora eu tive tempo de fazer isso aqui na Nascar. Estou feliz com o modo como as coisas estão acontecendo. Nunca disse que não voltarei nunca. Talvez eu volte, talvez não volte. Mas, como eu disse, não tenho planos para o ano que vem.

O que achou do ambiente nos boxes?
KR: Foi realmente o que eu imaginava, porque vi uma prova no final do ano passado em Miami e sabia o que encontraria. Em relação à equipe, eles tentam me ajudar sempre que possível. Por enquanto tem sido bom, mas eu gostaria de ir um pouco melhor. Pelo menos, não destruí nada ainda.

O que foi mais divertido para você: rali ou Nascar?
KR: São coisas completamente diferentes. Aqui eu tenho poucas curvas para fazer, mas vai mudar muito quando a corrida começar e eu estiver com outros 40 pilotos na pista. No rali, você tem de tudo: neve, cascalho, asfalto, terra, você está no meio da floresta. Cada curva é de um jeito. Não dá para comparar.

Você ficou surpreso com o modo como as pessoas são amistosas aqui?
KR: Não estou muito surpreso. É certamente mais relaxado e aberto que na Fórmula 1, mas tenho certeza que eles querem ser daquele jeito lá. Ainda assim, o rali não é tão diferente daqui. Ah, e foi bom rever o Juan Pablo Montoya.

A Nascar é uma opção para fazer carreira ou você pretende dividir o tempo com o rali?
KR: Eu planejei fazer o rali esse ano e foi o que eu priorizei quando pude, mas a Nascar eu queria ver como era. Se eu for uma porcaria completa aqui, não há razão para retornar.

Um comentário:

  1. Amei quando ele citou o Montoya :) tempos bons deles dois na MClaren saudades...
    Bjos Carol

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