Leo Turrini escritor e jornalista italiano.
Hoje eu prometi falar sobre Kimi e talvez eu possa começar com uma admissão franca e direta: eu sempre tive uma simpatia sincera por este louro atípico e incomum, por seu jeito alheio a alguns estilos de comportamentos de "robôs" nesta Fórmula 1 pós-moderna, e assim por diante. Mas eu entendo que isto não seria o suficiente.
Então. Bem, desde o início de sua carreira Räikkönen pareceu para mim um assunto comparável a alguém como Mansell. Vocês se lembram do Leão Britânico? Definitivamente ele não era completo como Senna e não tinha o talento "político" que Prost tinha, e isto porque ele foi batido por ele durante o ano que passaram juntos na Ferrari. Mas Mansell, com um volante em suas mãos era uma torrente de emoções puras.
O Santo Bebedor, igualmente. Desde o início, voltando ao tempo em que ele ainda estava na Sauber, nós adivinhamos que seu relacionamento com o automobilismo ficou esgotado no elemento competitividade. Pilotagem. Mantendo o pé embaixo. Forçando o carro que você tem até o limite. E prestando nenhuma atenção ao exterior, aos detalhes, às regras não escritas que são características daquele ambiente.
Há um limite? Pelo jeito que as coisas foram, pelo jeito que as coisas foram com ele, certamente sim. Geralmente quando um piloto se torna campeão do mundo é afagado pela equipe que ele trouxe ao triumfo. Então eu também estava errado quando pensei na noite mágica de Interlagos 2007 "Kimi venceu de uma forma inacreditável, eu sei, ele foi ajudado pelas brigas dentro da equipe McLaren e pelas consequências do escândalo da espionagem, mas agora, em Maranello ele será o rei, o proprietário. Então, uma nova era está chegando e esta era durará, porque o talento não pode mais ser questionado".
Eu disse que eu estava errado. O Santo Bebedor também estava errado. Em 2008, depois do sucesso em Barcelona, o segundo da temporada, ele tinha o campeonato em suas mãos. Pelo contrário, por causa das capas esquecidas dos pneus no GP de Mônaco, os pneus errados em Silverstone, a falha do exaustor na França e a batida com Hamilton em Montreal, bem, a deslegitimização começou. Seguido por uma escolha estratégica que não vem ao caso analisar mais a fundo aqui: a Ferrari decidiu apostar em Alonso, talvez o curso já estivesse planejado no final do verão de 2007, quando o El Banco foi decisivo em destruir Dennis, mostrando aqueles notórios e-mails de seu computador.
Mas esta notícia é história agora. Eu alego e ainda alego que Räikkönen não merecia ser tratado daquela forma. Eu tenho o profundo conhecimento que se Todt não tivesse mudado de emprego, bem, nada do que nós contamos teria acontecido. Mas eu não posso provar a minha própria sensação, então eu paro aqui.
Em resumo, Kimi como um piloto não pode ser disputado e até mesmo aqueles que o deixaram concordam com esta declaração. Kimi é o rei de Spa e qualquer um que conheça as Ardenas sabe que naquela pista os vencedores de alto nível são realmente Dragões, de Senna a Schumacher a Prost. Talvez Räikkönen não tenha o valor destes três em termos absolutos, por exemplo, ninguém nunca o descreveu como um formidável piloto de testes. Mas entre seus contemporâneos (Schumi não está, embora ele tenha cometido esta tolice de retornar à F-1) eu não vi ainda um piloto que possa ou deveria ser considerado significativamente maior do que o louro. Alonso não é, Hamilton ou Vettel também não são.
Talvez (e então chegamos ao centro do problema) o elemento humano não tenha ajudado o Santo Bebedor. Eu quero dizer, Kimi é realmente uma pessoa de poucas palavras. Räikkönen não é um alcoviteiro, ele não puxa-saco de ninguém, ele pede por aquilo que ele vale, ele respeita e exige respeito. Então para. Eu não tenho nenhuma recordação sobre pressões "políticas" que ele exerceu, em três anos ele nunca esteve irritado com Massa e seu clã. Outro piloto, em seu lugar, depois do milagre de 2007, teria provavelmente elevado sua voz, dizendo "de agora em diante eu sou o líder". Ele não. Ele se calou. Algumas vezes ele veio ao "departamento de corrida", conversando com os engenheiros, depois ele foi para Fanano, onde há um local para ice-hockey, para organizar um jogo.
Você mesmo entende que, ao final do dia, para se livrar de alguém como ele, tão ingênuo, mas ao mesmo tempo tão prático, foi apenas uma questão de dinheiro. Kimi não tem um lobby por trás, ele não tem aliens no céu, no mapa de Ecclestone a Finlândia é um marco minúsculo. "Tudo é realizado e não há nada de errado, é a vida e é hora de crescer, você tem que aceitar, sim, bonito..." (Vasco Rossi, quando você precisa, você precisa).
No final, falando um pouco sobre lealdade e jogo justo na pista, eu não me lembro de atos espalhafatosos ou impróprios ou falhas do Santo Bebedor. Jogador difícil e duro, mas sem atitudes de bandido. Nisto, ele é muito parecido com o seu compatriota Hakkinen, um jogador justo.
Eu acho que a Fórmula Um está sentindo falta de Kimi, não vice-versa.
Fonte: Raikkonicas
Agradecimentos: Rose
Hoje eu prometi falar sobre Kimi e talvez eu possa começar com uma admissão franca e direta: eu sempre tive uma simpatia sincera por este louro atípico e incomum, por seu jeito alheio a alguns estilos de comportamentos de "robôs" nesta Fórmula 1 pós-moderna, e assim por diante. Mas eu entendo que isto não seria o suficiente.
Então. Bem, desde o início de sua carreira Räikkönen pareceu para mim um assunto comparável a alguém como Mansell. Vocês se lembram do Leão Britânico? Definitivamente ele não era completo como Senna e não tinha o talento "político" que Prost tinha, e isto porque ele foi batido por ele durante o ano que passaram juntos na Ferrari. Mas Mansell, com um volante em suas mãos era uma torrente de emoções puras.
O Santo Bebedor, igualmente. Desde o início, voltando ao tempo em que ele ainda estava na Sauber, nós adivinhamos que seu relacionamento com o automobilismo ficou esgotado no elemento competitividade. Pilotagem. Mantendo o pé embaixo. Forçando o carro que você tem até o limite. E prestando nenhuma atenção ao exterior, aos detalhes, às regras não escritas que são características daquele ambiente.
Há um limite? Pelo jeito que as coisas foram, pelo jeito que as coisas foram com ele, certamente sim. Geralmente quando um piloto se torna campeão do mundo é afagado pela equipe que ele trouxe ao triumfo. Então eu também estava errado quando pensei na noite mágica de Interlagos 2007 "Kimi venceu de uma forma inacreditável, eu sei, ele foi ajudado pelas brigas dentro da equipe McLaren e pelas consequências do escândalo da espionagem, mas agora, em Maranello ele será o rei, o proprietário. Então, uma nova era está chegando e esta era durará, porque o talento não pode mais ser questionado".
Eu disse que eu estava errado. O Santo Bebedor também estava errado. Em 2008, depois do sucesso em Barcelona, o segundo da temporada, ele tinha o campeonato em suas mãos. Pelo contrário, por causa das capas esquecidas dos pneus no GP de Mônaco, os pneus errados em Silverstone, a falha do exaustor na França e a batida com Hamilton em Montreal, bem, a deslegitimização começou. Seguido por uma escolha estratégica que não vem ao caso analisar mais a fundo aqui: a Ferrari decidiu apostar em Alonso, talvez o curso já estivesse planejado no final do verão de 2007, quando o El Banco foi decisivo em destruir Dennis, mostrando aqueles notórios e-mails de seu computador.
Mas esta notícia é história agora. Eu alego e ainda alego que Räikkönen não merecia ser tratado daquela forma. Eu tenho o profundo conhecimento que se Todt não tivesse mudado de emprego, bem, nada do que nós contamos teria acontecido. Mas eu não posso provar a minha própria sensação, então eu paro aqui.
Em resumo, Kimi como um piloto não pode ser disputado e até mesmo aqueles que o deixaram concordam com esta declaração. Kimi é o rei de Spa e qualquer um que conheça as Ardenas sabe que naquela pista os vencedores de alto nível são realmente Dragões, de Senna a Schumacher a Prost. Talvez Räikkönen não tenha o valor destes três em termos absolutos, por exemplo, ninguém nunca o descreveu como um formidável piloto de testes. Mas entre seus contemporâneos (Schumi não está, embora ele tenha cometido esta tolice de retornar à F-1) eu não vi ainda um piloto que possa ou deveria ser considerado significativamente maior do que o louro. Alonso não é, Hamilton ou Vettel também não são.
Talvez (e então chegamos ao centro do problema) o elemento humano não tenha ajudado o Santo Bebedor. Eu quero dizer, Kimi é realmente uma pessoa de poucas palavras. Räikkönen não é um alcoviteiro, ele não puxa-saco de ninguém, ele pede por aquilo que ele vale, ele respeita e exige respeito. Então para. Eu não tenho nenhuma recordação sobre pressões "políticas" que ele exerceu, em três anos ele nunca esteve irritado com Massa e seu clã. Outro piloto, em seu lugar, depois do milagre de 2007, teria provavelmente elevado sua voz, dizendo "de agora em diante eu sou o líder". Ele não. Ele se calou. Algumas vezes ele veio ao "departamento de corrida", conversando com os engenheiros, depois ele foi para Fanano, onde há um local para ice-hockey, para organizar um jogo.
Você mesmo entende que, ao final do dia, para se livrar de alguém como ele, tão ingênuo, mas ao mesmo tempo tão prático, foi apenas uma questão de dinheiro. Kimi não tem um lobby por trás, ele não tem aliens no céu, no mapa de Ecclestone a Finlândia é um marco minúsculo. "Tudo é realizado e não há nada de errado, é a vida e é hora de crescer, você tem que aceitar, sim, bonito..." (Vasco Rossi, quando você precisa, você precisa).
No final, falando um pouco sobre lealdade e jogo justo na pista, eu não me lembro de atos espalhafatosos ou impróprios ou falhas do Santo Bebedor. Jogador difícil e duro, mas sem atitudes de bandido. Nisto, ele é muito parecido com o seu compatriota Hakkinen, um jogador justo.
Eu acho que a Fórmula Um está sentindo falta de Kimi, não vice-versa.
Fonte: Raikkonicas
Agradecimentos: Rose
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